Fevereiro: Carnaval e independência.

23 de Jan de 2015

No dia 27 de fevereiro de 1844 foi proclamada a Independência da República Dominicana, a data é comemorada todos os anos durante o Carnaval. O carnaval da República Dominicana é festejado todos os anos durante o mês de fevereiro, chegando ao seu auge com sua maior comemoração: o Dia da Independência. A identidade cultural e a criatividade dominicanas são mostradas ao longo deste mês vibrante.

Os festejos na República Dominicana remontam ao ano de 1500, nas ruínas de uma cidade denominada La Vega. O carnaval começou há quase três séculos, antes da independência dominicana em 1844. Antes de conseguir sua independência, a República Dominicana sofreu uma história instável sendo ocupada pela Espanha, França e Haiti.

Cristóvão Colombo chegou à ilha de Hispaniola, hoje conhecida como República Dominicana e Haiti, durante sua primeira viagem à América em 1492. A capital da República Dominicana, Santo Domingo, foi o primeiro assentamento da Espanha no Novo Mundo.

No século XVI, Hispaniola serviu de ponte entre o Caribe e a América continental sob domínio espanhol. À medida que a importância da ilha foi diminuindo no século XVII, os espanhóis foram obrigados a entregar a parte ocidental da ilha, conhecida hoje em dia como Haiti, aos franceses em 1697 e o resto da ilha, um século depois, em 1795. Toda a ilha ficou conhecida a partir de então como Santo Domingo. A parte dominicana não se adaptou bem a esta mudança cultural, por isso, logo depois da parte haitiana da ilha ter conseguido sua independência em 1804, a França perdeu o resto da ilha para sempre em 1809.

Em 1821 os dominicanos conseguiram a independência e expressaram a esperança de poder unir-se à República da Grande Colômbia (que hoje compreenderia praticamente o Equador, Panamá, Venezuela e Colômbia). No entanto, em 1822, o Haiti conquistou toda a ilha governando-a durante 22 anos medonhos.

Durante a ocupação haitiana, Juan Pablo Duarte, criou em Santo Domingo uma sociedade secreta chamada de "La Trinitaria" que  planejou um golpe de Estado contra os governantes haitianos. No dia 27 de fevereiro de 1844, Juan Pablo Duarte e os demais integrantes de "La Trinitaria" conseguiram a independência da República Dominicana como Estado soberano com um tiro de canhão feito no "Portão do Conde", em Santo Domingo, e içaram a bandeira azul, vermelha e branca da República Dominicana.

Hoje, no Dia da Independência Dominicana, a população local homenageia seus pais fundadores, Juan Pablo Duarte, Ramón Matías Mella e Francisco del Rosario Sánchez no "Portão do Conde", em Santo Domingo, onde fez a declaração da guerra da Independência, no dia 27 de fevereiro de 1844. O presidente da República Dominicana também faz um discurso anual neste dia para homenageá-los.

O Carnaval é festejado em todos os fins de semana de fevereiro e os desfiles são aos domingos. La Vega atrai gente de todo o mundo com um dos maiores desfiles depois do de Santo Domingo. A maioria das cidades envia seus representantes a La Vega no Dia da Independência para desfilarem, vestidos com uma grande variedade de trajes de todo o país.

O carnaval na República Dominicana é um evento que todo o mundo prepara e no qual todos participam. A maioria das cidades dominicanas celebra o Carnaval com uma leve diferença dentro de suas próprias tradições. Essas pequenas diferenças são expressadas nos diferentes tipos de fantasias e máscaras extravagantes que representam muitas personagens religiosas e tradicionais. Cada cidade organiza grupos que se vestem com as mesmas cores ou usam trajes semelhantes para simbolizar uma personagem que represente seu povoado individualmente. As personagens mais conhecidas são o Diabo Cojuelo, Calife, e Roba la Gallina (Rouba la Galinha). O Diabo Cojuelo é a personagem popular mais vista durante o decorrer do Carnaval. Exibe um traje muito chamativo e alguns sugerem que simboliza os primeiros colonizadores das Américas.

A interessante história da independência da República Dominicana está ligada ao seu imponente Carnaval de fevereiro, é uma experiência que todos deveriam desfrutar pelo menos uma vez na vida.

 

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